Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo analisar algumas considerações feitas pela autora Hannah Arendt em seus estudos, em especial na obra, A Condição humana. Nesta obra, Arendt destaca que na era moderna sucedem intensas mudanças em relação à origem do pensamento político grego, uma delas é o desaparecimento da linha divisória entre esfera pública e esfera privada, fato que faz surgir a esfera do social, onde as atividades desempenhadas no interior da vida ativa sofrem uma alteração em seu grau de importância, e assim nasce um homem que dedica mais tempo ao corpo do que ao mundo. Deste modo, este estudo dedicar-se-á a análise de como essas transformações implicaram, dentre outras coisas, no que a autora definiu como “vitória do animal laborans”. Para melhor compreender essa vitória do animal laborans é necessário expor como se configurou o advento do social, que coincide com a exaltação, na era moderna, de uma das atividades expressas pela vita activa, a saber, a atividade do trabalho. Na lógica do homem laborante o consumo é o que nutre a vida, e a política deixa de ser um campo de revelação dos homens para ser um aparelho de manutenção da vida humana, logo, a ação espontânea entre os homens é substituída pelo comportamento massificado e conformista. Nesse sentido, esse estudo empenha-se em mostrar a pertinência e a atualidade do pensamento de Arendt com olhar crítico e investigativo na busca por entender a perda pela estima em participar e pertencer a esfera pública e política e como surge o conformismo das massas.