Resumo:
O existencialismo constitui uma inovação filosófica que vislumbra o ápice do resultado após séculos sob uma maneira essencialista de conceber o mundo e o homem. Influenciado por Husserl, da fenomenologia, Jean-Paul Sartre fora inserido no que chamaram de existencialismo ateu, redescrevendo a condição do homem enquanto ser ao qual não se aplica definição, não se aplica essência, pois não haveria um Deus que possuísse a definição de homem em seu intelecto divino. Neste existencialismo, o homem se configura por e na ação, ou seja, a concepção clássica e objetiva do ser humano cede lugar a uma acepção dinâmica e que se refaz a todo momento. Este trabalho demonstra o significado da liberdade na história, tratando dos gregos, de Descartes e de Jean-Paul Sartre apresentando as mudanças do conceito de liberdade. Para preparo para análise da obra A Náusea, que é o objetivo principal deste trabalho, investiga-se a fenomenologia de Sartre em sua ontologia em O Ser e o Nada para o entendimento da base ontológica da liberdade. E, por fim, após o vislumbre da ontologia fenomenológica sartriana, explana-se sobre A Náusea, salientando o completo vazio de ser do homem na personagem de Antoine Roquentin, mostrando que a impossibilidade de criar um significado absoluto de si e do mundo a partir da contingência constitui sua própria natureza e o identifica com a liberdade. Busca-se relacionar a compreensão da liberdade existencialista ateia de Sartre, inserindo as constatações n’A Náusea, através do personagem de Antoine Roquentin, partindo da ontologia fenomenológica presente em O Ser e o Nada, à vivência da liberdade que é o próprio protagonista d’A Náusea: o indivíduo de Antoine Roquentin. O romance de Sartre serve de exemplo literário da real condição do homem, como ser que vive em uma instabilidade, em uma significação de mundo e de si turva e instável, que lhe causa náusea.