Resumo:
A adubação verde é uma prática agrícola utilizada há mais de 2.000 anos por chineses, gregos e romanos, para aumentar a produção das lavouras. No Brasil, os primeiros estudos foram realizados no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no Estado de São Paulo, sendo obtidos resultados muitos positivos neste estado. É importante ressaltar que no Brasil há uma grande variabilidade de solos e que cada um deles tem uma necessidade nutricional diferenciada, portanto, a aplicação de qualquer método, necessita de estudos prévios do solo e de suas particularidades. Grande parte dos solos da região do Piauí são ácidos e de baixa fertilidade, e quando não corrigidos, tomam-se um dos fatores responsáveis pela baixa produtividade das culturas. A adubação verde pode contribuir, dentre outros, para diminuir a dependência de insumos externos, mas é necessário ações de pesquisa para validação dessas tecnologias para as condições da região. Este trabalho teve como objetivo, estudar a produção de fitomassa e o percentual de germinação de nove tipos de plantas de adubos verdes, buscando a obtenção de dados que possam direcionar o agricultor no seu manejo adequado, tendo em vista as reduzidas pesquisas sobre o assunto de forma condizente com a realidade da região. Para a produção de fitomassa foi utilizado como adubo verde o Feijão caupi (Vigna unguiculata), cultivar BRS Guariba; Feijão guandu-anão (Cajanus cajan) cultivar IAPAR 43;Feijão guandu (Cajanus cajan) cultivar "semente preta"; Feijão de porco (Canavalia ensiformis), Girassol variedade (Helianthus annuus); Girassol variedade (Helianthus annuus) cultivar CATISSOL 01; Girassol variedade (Helianthus annuus) cultivar TAC-Uruguai, e também a gramínea Sorgo granífero (Sorghum bicolor). O delineamento experimental utilizado para a produção de fitomassa foi inteiramente casualizado, e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Para o teste de germinação foram utilizadas todas as espécies na produção de fitomassa, acrescido o Guandu cultivar Fava Larga (Cajanus cajan). De maneira geral, a baixa produtividade de fitomassa das espécies utilizadas neste ensaio, pode estar correlacionada ao fato de não terem sido realizadas adubações, ou mesmo inoculação das sementes, no caso das leguminosas, e especialmente, em relação à disponibilidade de água e distribuição das chuvas, que foram irregulares durante todo o período de execução deste trabalho no campo. Dentre as cultivares de feijão guandu, o IAPAR 43 mostrou potencial produtivo de fitomassa, porém, a cultivar "semente preta" obteve uma considerável produção de massa seca (14,5 t/ha-1), o que reforça a necessidade de novos estudos para esta cultivar. No experimento de avaliação de percentual de germinação, foram utilizadas médias de leituras realizadas no 5° e 7° dias para todas as espécies estudadas. O feijão de porco obteve o melhor resultado entre todas as espécies trabalhadas neste estudo, 98,75% de germinação, evidenciando a rusticidade da espécie. Apesar da rusticidade na produção e armazenamento das espécies utilizadas, e mesmo sob condições edafoclimáticas adversas, constatou-se a viabilidade de uso do lote de sementes empregadas neste ensaio.