Resumo:
O ciberespaço apresenta interações digitais permeadas por questões étnicas e de gênero, que influenciam o processo identitário de mulheres negras quanto a sua percepção estética. Logo, fez-se necessário estudo para compreender como o racismo estrutural se manifesta na rede de compartilhamento de fotos e vídeos, Instagram. Usando uma abordagem qualitativa, entrevistamos 31 mulheres entre 15 e 25 anos, negras e nordestinas por meio de questionários, com o objetivo de compreender como elas se sentem em relação ao seu corpo e à representação de mulheres negras na rede social. As co autoras apresentam um julgamento razoável de sua autoimagem, mas reproduzem fortes críticas ao próprio corpo impostas pela busca do padrão ideal. 71% das entrevistadas afirmam estar mal representadas na plataforma e têm dificuldade para encontrar conteúdo negro. Dito isto, percebemos mudanças relevantes para a comunidade negra como, o uso e preferência pelo cabelo cacheado, mas também a necessidade de maior representação digital de minorias étnicas nos ambientes virtuais.