Resumo:
Este trabalho tem como objeto a caracterização dos impactos ambientais no Assentamento
Maria Betânia. O assentamento é resultado da ação do Governo Federal segundo as normas do Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA).O assentamento possui uma área que é indicada em seu Projeto de Desenvolvimento Sustentável como possuidora de potencialidades para garantir sustentabilidade econômica e ambiental, assegurando melhores condições de vida para as famílias. O presente trabalho foi realizado no assentamento Maria Betânia no município de Joaquim Pires, onde foi identificado que o mesmo não é licenciado possuindo apenas a reserva legal averbada, a maioria dos assentados preserva a reserva legal e explora as áreas de preservação permanente, desenvolvendo práticas de lavouras, e posteriormente o cultivo de pastagens para os animais, tendo ,em vista que no assentamento basicamente há apenas dois tipos de atividades econômicas, a pecuária e agricultura. Foram identificados que os agricultores desconhecem práticas conservacionistas, onde constantemente usa o fogo como forma de limpeza das áreas de plantio. Foi observado em campo e constatado por meio da aplicação dos questionários, que os assentados usam agrotóxicos de forma constante nos plantios para controlar ervas daninha, sendo que mais da metade dos agrotóxicos usados pelos
agricultores do Maria Betânia são muito tóxicos ao homem e ao meio ambiente entre os mais utilizados encontram-se Tordon, Roundup (mata tudo branco), Gramoxil (mata tudo preto),Glifosato (mata mato) e Dma, os entrevistados declararam fazer uso de agrotóxicos
principalmente nas culturas do arroz, milho' e feijão; em relação ao cuidado na aplicação
desses produtos não fazem uso de Equipamento de Proteção Individual - EPI, sendo que
poucas pessoas utilizar EPI, mais muitos destes não utilizam por completamente todos os
equipamentos necessários. O presente trabalho de pesquisa foi conduzido nos dias 21 e 22 de abril de 2012. Foram utilizados questionários estruturados distintos com 8 questões para os moradores e agricultores rurais do ATRAMB e representantes do sindicato, órgãos ambientais e instituto de reforma agrária. A pesquisa revelou, a existência fática da pressão sobre os recursos ambientais resultante da má gestão ambiental, ou inexistência dela dentro do assentamento. Para assegurar condições dignas de vida, o assentamento precisa ser sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental e, para que isso aconteça, na prática, deve haver mudanças de comportamento no plano pessoal, e no cuidado do meio ambiente. Objetiva-se ainda, que a informação e capacitação possam vir antes de qualquer atividade produtiva substituindo as práticas predadoras por aquelas que conservam o solo, e um maior aproveitamento da área existente e conseqüentemente a melhoria da qualidade de vida,