Resumo:
Um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta é o de gerar alimentos para
número cada vez maior de pessoas, sem levar à exaustão e a degradação dos solos. No Brasil a degradação do solo é intensa, mas sua extensão ainda é pouco avaliada. Grande partes dos solos da região do Piauí são ácidos e de baixa fertilidade. Na região norte do cp
predominam solos de textura arenosa com baixos teores de matéria orgânica e baixa
capacidade de troca catiônica. Neste cenário, encontra-se um importante pólo de fruticultura
irrigada, destacando-se 300 ha com produção agrícola certificada como orgânicos. O uso da
adubação verde pode contribuir para amenizar os impactos provocados pela agricultura, além de reduzir o custo de produção, mas são necessárias ações de pesquisa para validação dessas tecnologias para as condições da região. O objetivo deste trabalho foi estudar o desenvolvimento de algumas espécies, mais especificamente sobre a germinação das sementes, e a produção de fitomassa, obtendo dessa forma, dados que possam direcionar o agricultor no seu manejo adequado, tendo em vista as reduzidas pesquisas sobre o assunto de forma condizente com a realidade da região. Foram utilizadas as leguminosas anuais, crotalária juncea (Crotalária Juncea), crotalária breviflora (Crotalaria breviflora), crotalária ochroleuca (Crotalaria ochroleuca), crotalária spectabilis (Crotalaria spectabilis) e mucuna anã (Mucuna deeringiana) para produção de fitomassa. Com relação ao percentual de germinação, além destas, foram avaliadas a crotalária paulínea (Crotalaria paulinea), a mucuna preta (Estilozobium aterrimum), a mucuna cinza (Estilozobium cinereum) e o milheto (Pennisetum glaucum). O delineamento experimental utilizado para a produção de fitomassa foi inteiramente casualizado, e as médias foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Observou-se que a baixa produtividade de matéria fresca e seca para as espécies utilizadas neste experimento pode ser explicada pelo fato de não terem sido realizadas adubações, ou mesmo inoculação das sementes, no caso das leguminosas, e especialmente, em relação à disponibilidade de água e distribuição das chuvas, que foram irregulares durante o período de execução deste trabalho. Dentre as crotalárias, a C. juncea mostrou bom potencial produtivo de fitomassa, destacando-se a produção de 13 t/ha-1 de massa seca, mesmo com o baixo índice pluviométrico (51,4 mm) registrado no período de execução de todos os tratamentos. No experimento de avaliação de percentual de germinação,foram utilizadas médias de leituras realizadas no 5° e 7° dias para todas as espécies estudadas,com exceção da mucuna preta, que precisou ser submetida a quebra de dormência e ser avaliada no 7° e 14° dias. Apesar da rusticidade na produção e armazenamento das espécies utilizadas, e mesmo sob condições edafoclimáticas adversas, constatou-se a viabilidade das sementes empregadas neste ensaio. Dentre as crotalárias, a C. brevifIora foi a de melhor porcentagem de germinação, 96,25%. A mucuna que se sobressaiu foi a M deeringiana, obtendo 76,75% de germinação na segunda leitura. O método utilizado na quebra de dormência da muuna preta influenciou na baixa porcentagem de germinação (42,25%), evidenciando uma escolha mais apropriada para tal finalidade.