Resumo:
Este trabalho analisa o processo de transformação do Cemitério São Francisco - que era conhecido como Cemitério Velho, na cidade de Camocim-Ceará - em uma Praça e um Terminal Rodoviário, que foram inaugurados no ano de 1979, por ocasião das comemorações de seu primeiro centenário, bem como a memória que reina sobre esses acontecimentos. Pelos depoimentos colhidos foi possível evidenciar que esta transformação afetou memórias de pessoas da época, que apesar do simbolismo envolto da morte, da pessoa morta e do cemitério como local de sepultamento, houve uma aceitação no deslocamento do espaço simbólico de última viagem para um novo espaço de inúmeras viagens de pessoas que partem e chegam na cidade diariamente. Pelo ângulo da memória e da oralidade, percebemos que a demolição do Cemitério ocorreu de forma pacífica, por parte da sociedade que presenciou esse deslocamento de espaço, e que o foco de resistência pela permanência do cemitério foi algo sem muita expressividade. Mas, a Praça da Saudade e o Terminal Rodoviário não foram o fim do antigo cemitério, pois o mesmo permanece sob as edificações construídas sobre seu espaço. Para o enriquecimento desta obra trabalhamos com autores como Maurice Halbwachs, no conceito de memória; João José Reis, no conceito da morte como festa; bem com outros autores, inclusive locais como Tobis de Melo Monteiro com sua obra Camocim Centenário – 1879-1979.
Descrição:
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